No domingo, dia 13 /11, morreu o ex-ator e pastor neopentecostal Guilherme de Pádua. Por Clodoaldo Arruda

No domingo, dia 13/11, morreu o ex-ator e pastor neopentecostal Guilherme de Pádua, que ficou conhecido por ser o assassino condenado da atriz Daniela Peres, filha da autora de novelas Glória Perez, que ganhou certa notabilidade nas últimas semanas por declarar publicamente apoio a Jair Bolsonaro nas eleições. 

Após a divulgação da morte de Guilherme de Pádua, por infarto, vi muitas postagens no estilo “aqui se faz, aqui se paga”, e outras dizendo até mesmo “bem feito”, sobre a “justiça ter, enfim, sido feita”. Há dois equívocos nessa visão: primeiro, é bom lembrarmos que a justiça foi, efetivamente, feita. Guilherme e a esposa, sua cúmplice no homicídio, foram condenados e cumpriram pena. A questão é que à época, se aproveitando do prestígio que tem, Glória Perez iniciou uma cruzada contra o Código Penal, segundo ela, muito brando, e que pegaram leve com os assassinos de sua filha. Entretanto, ela conseguiu mais do que todas as mães pretas da periferia jamais conseguirão, pelas mortes de seus filhos, e da juventude preta, assassinados pelo Estado e abatidos a cada 23 minutos nesse país! Segundo, desde quando a morte é uma punição, principalmente no Brasil, em que esta pena, oficialmente, nem existe?

 A morte é inevitável! É certa! Ela não redime, nem condena. Ela não é certa e nem errada. Ela não causa nada, nem conserta nada. Não estou falando de fatalidades causáveis, como omissão de socorro, homicídios ou imprudência, imperícia, negligência. Estou falando da morte, enquanto fato. Por causa natural, ou por culpa direta ou indireta nossa, ou de alguém, todos nós morreremos! Porém, nossos atos éticos ou morais, nada tem a ver com isso, ou a vida seria inviável e a raça humana estaria irremediavelmente extinta. Pode-se ou não acreditar em karma, lei do retorno, ou algo que valha na fé que você crê, Mas, ainda assim, é algo que acometerá a todos, sem distinção, inevitavelmente e sem exceção. Como a morte, não deve ser usado como baliza moral e nem medir nossas virtudes, sob o risco do que já acontece: banalizamos a morte a partir do nosso conceito de quem merece ou não morrer, o que nos leva diariamente a atrocidades há séculos. Morte não é merecimento ou karma. Morte é só morte!…

Imagem: Google Images

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Escrito por Expresso Periférico

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