Dizem que em terras de Pindorama há igrejas que utilizam sua estrutura para fazer política partidária, por Carlos Seino

Dizem que em terras de Pindorama há igrejas que utilizam sua estrutura para fazer política partidária.

Sim, acredite se quiser, os líderes de tais igrejas fazem reuniões, levam políticos, e incentivam (impõem?) seus fiéis e liderados a votarem em determinados candidatos.

Isso é demais, né? Será que é verdade?

Bom, caso seja, há algumas coisas a considerar.

A primeira é que a liderança que faz isso se prostituiu, por interesses não aqueles que Jesus determinou.

Prostituiu sua mensagem, pois trocou a vontade daquele que disse que seu reino não era deste mundo pela daqueles que têm interesses bastante mundanos.

Em segundo lugar, o líder que faz isso se desviou de sua missão.

Se desviou, pois os que ministram no altar deveriam pregar o evangelho, somente. 

Sim, deve falar dos valores que ensinem o povo a justiça, o amor, a verdade, e não para ficar fazendo propaganda política de um determinado candidato.

O líder que faz isso se desviou da própria fé.

Isso porque, desde o início, a igreja cresceu como uma força à margem do Estado, da lei, gerando comunidades de fé em que as pessoas se apoiavam, rejeitando o culto a Cesar, para viver uma nova dimensão de existência, e pagavam com a vida por isso. 

Agora, esses cultuadores do bezerro de ouro voltam a colocar sua fé no Egito, em um Messias terreno, desprezando as armas celestiais para recorrerem a métodos bem carnais.

Esses líderes, que apresentam determinados candidatos como os seus preferidos (ou outros, como malditos), também reforçam um odioso partidarismo dentro da igreja.

A igreja é composta por pessoas de todos os tipos, tendências, culturas e opiniões, cada qual em seu estágio próprio de crescimento.

Eleger uma dessas opiniões, notadamente política, e impor para seus fiéis é um terrível desrespeito aos que pensam diferente, gerando mais divisões e inimizades. 

Se você estiver em uma denominação assim, o que fazer?

Bom, você deve procurar tal liderança e expor sua insatisfação.

Protestar, dizendo que aquilo é errado.

Se necessário for, levante-se em meio a uma reunião dessa natureza, dê as costas, como sinal de protesto.

Porém, tenho uma notícia um pouco ruim.

Tais líderes não irão parar de fazer isso.

Eles lucram algo, não acha?

Assim sendo, você poderá escolher entre ficar ou sair.

Pode até ficar por amor às pessoas, àquela igreja, à cultura daquele lugar, a toda história que você e sua família viveram.

Você, como crente, vai querer orar por essa situação, raciocinar que tem outras coisas boas acontecendo ali e optar por continuar.

Porém, se ficar, em algum sentido, continuará sendo cúmplice, pois vai continuar contribuindo ali, chamando pessoas, o que direta ou indiretamente reforça o discurso oficial (bem como o bolso de tais pastores).

Gosto de um antigo ditado que diz que um número “1” vai ficando maior à medida que muitos “zeros” o seguem…

Assim sendo, você talvez opte por sair.

Ouvi por aí que pessoas que optaram por fazer isso, e foram para comunidades mais saudáveis, hoje se sentem mais livres, mais em paz consigo.

Logo, se você estiver nesta situação, pondere, peça sabedoria a Deus para te ajudar e, certamente, te será dada.

Imagem: Pauta Gospel

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Escrito por Expresso Periférico

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