Um caminhão novinho chega ao pátio de uma empresa de produção de macarrão. Por Nadir Gordinho

Um caminhão novinho chega ao pátio de uma empresa de produção de macarrão, para transportar a produção.

Para ele estar ali, foi necessário uma série de indústrias e trabalhadores para fazerem: os pneus, o motor, os ferros, os bancos, a eletricidade, etc…etc…etc…

Passou por uma montadora e ele está ali, bem bonitão. Só falta o motorista para que ele comece os transportes.

O caminhão chegou à empresa de graça?

Não!!!!!!!!!!!!!… A empresa de macarrão pagou um bom dinheiro pelo caminhão para compensar os gastos que as empresas tiveram para construí-lo, porque se exigiu qualidades nos materiais usados ali.

Bem… caminhão novo, então a  empresa vai precisar de um motorista.

Qualquer motorista?

Não!!!!!!!!!!!!!… Tem que ter experiência, ser jovem, boa aparência, boa saúde, colegial completo, conhecimentos de informática… etc…

O motorista chegou à empresa de graça?

Siiiiiimmmm!!!!!!!!!! Porque todas as exigências que fez para o novo motorista, a empresa não gastou nenhum tostão, não pagou nada.

Como assim!!!!!!!!????????

O motorista foi gerado em uma família que se preocupou na sua formação para atender às exigências do mercado de trabalho.

E o que a família gastou para educar esse motorista?

Isto é uma comparação, para mostrar que as mulheres são reprodutoras de mão de obra boa e barata para a produção deste país. Elas fornecem de graça a mão de obra para as empresas. Todos nós tivemos uma mãe. Por isso, há um incentivo muito grande dos capitalistas para que as mulheres tenham muitos filhos.

Você já pensou as coisas que sua mãe deixou de fazer por você?

–  não dormir à noite, para estar ao seu lado quando doente.

–  não ir a uma festa porque você não podia ficar sozinho em casa.

–  não ir a  uma viagem com amigos ou parentes porque não podia ir criança.

– não ler um livro ou ver um filme porque tinha que ajudá-lo nas lições da escola.

– deixou  de comer doce porque o dinheiro só dava para comprar um.

Se começar a pensar, vai achar muito mais coisas que sua mãe deixou de fazer para o filho ser um cidadão ou cidadã de bem.

E quando o filho chega, para trabalhar em qualquer segmento da sociedade, todo esse trabalho, esse custo, essa dedicação  para torná-lo “cidadão ou cidadã de bem”, não é valorizada, é INVISÍVEL.

Além de ser um trabalho não remunerado, o que foi feito pelas mães e família, a elite dominante, aliada ao capital financeiro e em conluio com os parlamentares  (vereadores, deputados estaduais e federais, senadores) e também com golpistas, como Michel Temer (MDB junto com PSDB), tiraram todos os benefícios já conquistados pelos trabalhadores, como férias remuneradas, 13º salário, seguro desemprego, auxilio doença, licença maternidade, benefícios, esses que davam aos trabalhadores uma vida digna e a garantia de uma velhice amparada, ou seja, uma aposentadoria.

Além dessas perdas catastróficas, ainda temos uma pandemia que assola o país com um presidente da república negacionista e empresários que demitem  trabalhadores, deixando-os sem nenhum recurso para poderem se proteger do vírus causador da COVID-19.

Útero feminino não é fábrica de bebês. Um filho tem que ser desejado e os cuidados maternos reconhecidos e valorizados economicamente.

Imagem: Bruno O.

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Escrito por Expresso Periférico

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