Ao longo das três  últimas semanas, o Comitê de Lutas do Jabaquara, Pedreira, Cidade Ademar, ativistas e militantes do PT, PSOL e PCB, vêm realizando ações na região que possibilitem o diálogo com a população sobre a importância do voto em Lula e Haddad no segundo turno. A campanha até agora trouxe resposta positiva do território e esse é diagnóstico positivo para a projeção de  futuros trabalhos dos movimentos sociais e defesa da democracia, que ainda não estará segura com a vitória do PT.

Ainda que o país tenha batido o recorde de abstenções nesse primeiro turno, as regiões mais pobres da cidade de São Paulo revelaram dados diferentes. De acordo com a agenciamural.org, as periferias  da capital de São Paulo foram as que apresentaram o menor número de abstenção de votos, pouco menos de 20% (média nacional). Evidente que, por serem regiões populosas, essa porcentagem corresponde a um número significativo de pessoas. O impacto da crise socioeconômica, junto à política genocida do atual presidente, são  fatores que contribuíram para que mais  trabalhadores  acreditassem em uma saída por meio do voto.

Por outro lado, a ofensiva bolsonarista vem se intensificando com ações que inflamam o clima entre os apoiadores do atual presidente para uma tentativa de golpe. O atentado contra a polícia federal  do ex-deputado Roberto Jefferson no dia 23 de outubro deste ano e a afirmação feita por Bolsonaro, no dia 24, de que as rádios teriam omitido as inserções de propaganda de sua campanha, são sinais dessa tentativa. Essas agressões à democracia não cessarão com a vitória de Lula. O bolsonarismo, mesmo sem total domínio da máquina do Estado, ainda oferecerá risco ao país, e a presença das forças de esquerda nos espaços públicos será fundamental para enfrentar essa ameaça.

Mais do que nunca a mobilização de rua é uma ferramenta importante para fomentar o voto em Lula e Haddad. Em virtude da agressividade na postura dos eleitores de extrema direita, muitos simpatizantes do PT têm receio de revelar e debater sobre seu voto. Nesse sentido, as ações de rua na praça do Míriam e região contribuem para elevação da autoestima desses eleitores na hora do diálogo com indecisos. A campanha realizada por trabalhadoras e trabalhadores na rua defendendo a democracia e debatendo com a população contribui para que a verdade chegue aos que ainda não se veem representados pela política e oferecem, também, exemplos e referências sobre como e onde se organizar diante das demais tentativas de golpe que estarão por vir. Que os laços construídos e/ou fortificados nessa campanha não desatem após o resultado do dia 30, pois o povo dá sinais importantes para a esquerda paulistana e um deles pode ser condensado em uma palavra que dá a sensação de algo estático, mas que na verdade  é atitude e que, atualmente, pode ser lida também como valor humano: a presença.

Imagem: Bruno O.

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Escrito por Gabriel Messias

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