Juros, exploração, prejuízos, bolsa família, taxa SELIC e especulação financeira. Por Eduardo Alves Pacheco

No dia 02 de agosto, o Banco Central tomou uma decisão muito esperada pela sociedade, baixou a taxa SELIC em 0,5%., utilizada como referência para as taxas de juros. Uma decisão tardia, pois ela já deveria ter sido tomada há muito tempo, e pouco audaciosa; o Brasil continua sendo o País com a maior taxa de juros real do mundo com 6,68%.

Por que lucro para poucos? A resposta é simples, somente os bancos e especuladores financeiros se beneficiam dessa taxa, pois são aqueles que concentram a riqueza e dispõe de dinheiro para a especulação financeira. Concentrando ainda mais a riqueza produzida por toda a sociedade.

E quem é prejudicado? Todos nós que não vivemos de especulação financeira; isso se reflete nas altas taxas do cheque especial, do cartão de crédito, dos aluguéis, do financiamento imobiliário e das empresas que não conseguem empréstimos para investirem na produção e, por consequência, poucos empregos são gerados, mantendo uma expressiva parte da população com trabalho informal – sem carteira assinada e, portanto, sem garantias legais.

Cabe ressaltar que uma redução de 1% da taxa SELIC significa uma economia para o Brasil de R$ 43 bilhões (só a despesa do bolsa família – o maior programa mundial de distribuição de renda – que tem um valor médio de R$ 705,40 e atende 20 milhões de beneficiários custa cerca de R$ 175 bilhões).

Fica evidente o quanto o Brasil perde com essas taxas, recursos que poderiam ser utilizados na saúde, educação, transporte, saneamento básico e infraestrutura como energia elétrica, estradas etc. Enquanto isso, a sociedade fica refém dos bancos e da inadimplência.

É preciso que o Banco Central, que é independente do governo, atenda mais a população do que interesses financeiros dos capitalistas.

Imagem: Bruno O.

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Escrito por Expresso Periférico

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