A árvore da montanha, olê iaô
A árvore da montanha, olê iaô
Nessa árvore tem um galho, ai ai ai que amor de galho
Nessa árvore tem um ninho, ai ai ai que amor de ninho
Nessa árvore tem um ovo, ai ai ai que amor de ovo.

Toda a trajetória do passarinho dentro do ovo era cantada por mim e por meu irmão, Jefferson, quando éramos ainda miúdos. Aprendíamos cantigas na escola e queríamos cantar em casa, compartilhar.

Eu amava o quanto minha mãe nos enxergava na nossa individualidade, diferentes, mas melhores amigos. Como ela cantava junto 10 vezes a mesma música e tinha o dom de nos fazer sentir especiais. Fazia cabana de lençol e nos deixava brincar de praia no tanque.

Eu amava o poder de multiplicar os sorrisos e a quantidade do molho delicioso que ela fazia para a sexta-feira do cachorro quente.

Nessa época eu já queria ser mãe, mesmo sabendo que era criança, mesmo sabendo que era filha.
Não queria ser mãe para ter a rotina exaustiva da minha mãe, Marilene, queria ser mãe para ter a certeza de que alguém ia me amar tanto quanto nós a amávamos.

Hoje estou à espera da minha pequena, ansiosa para continuar a tradição da minha infância e começar novas tradições para a infância de Ágatha. Hoje sou mãe e minha mãe já é avó.

Infâncias é uma nova coluna do Expresso Periférico que mergulha nas múltiplas facetas das infâncias vivenciadas nas periferias da cidade de São Paulo. Aqui, registraremos reflexões, desafios e vivências de famílias e crianças, a partir de suas muitas vozes e diferentes experiências. Para colaborar, envie um email para: expressoperiferico@gmail.com

Imagem: Acervo pessoal de Andressa Maciel

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Escrito por Andressa Maciel

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