Por Eduardo Alves Pacheco
Com estas palavras de ordem, os sindicatos da SABESP, Metroviários e Ferroviários de São Paulo estão nas ruas promovendo um plebiscito popular contra o processo de privatização destas empresas promovido pelo governo do Estado.
Defendemos que por se tratar de bem inalienável e um direito social, estes serviços devem ser mantidos pelo Estado e não podem ser transferidos a empresas que visam somente o lucro. As experiências de empresas que foram privatizadas deixam claro que os serviços ficaram piores e mais caros, prejudicando não somente os usuários, mas toda população.
No caso das empresas de saneamento, apresentamos um quadro onde fica evidente o aumento das tarifas:
TARIFA (*) | SABESP (**) | RIO DE JANEIRO | CAMPO GRANDE | MACEIÓ | MANAUS |
SOCIAL | R$20,42 | R$ 45,30 | R$ 56,55 | R$ 53,62 | R$132,42 |
RESIDENCIAL | R$65,42 | R$111,92 | R$125,88 | R$125,44 | R$184,34 |
No caso dos transportes sobre trilhos a situação não é diferente. O Metrô da Linha 4-Amarela, que liga Vila Sônia à República, a tarifa é de R$6,32. Sabemos que você paga o valor de R$4,40; o que acontece com essa diferença? Simples, o Estado repassa para a empresa a diferença de R$1,92 por usuário. E fica ainda pior, pois esse repasse segue a inflação, mesmo com o Estado mantendo a tarifa sem aumento; quer dizer que esse valor só aumenta. Mas não para por aí; o Estado garante um mínimo de usuários. Isto é, se a empresa não transportar o que foi contratado, ela recebe do mesmo jeito; não há prejuízo nunca.
Esse presente de pai para filho foi replicado nas concessões da Linha 4-Lilás, que liga Capão Redondo à Chácara Klabin, __ mesmo depois do Estado bancar toda conclusão das obras __ e na concessão das linhas 8-Diamante e Linha 9-Esmeralda da CPTM. Cabe também explicar que o dinheiro pago pela CCR na concessão das linhas 8 e 9 da CPTM foi dado pelo próprio Estado numa ação judicial sobre a garantia mínima de usuários na Linha 4-Amarela; também pertencente à própria CCR. O Metrô de Belo Horizonte, privatizado recentemente, reajustou sua tarifa de R$4,50 para R$5,30 logo de cara; um aumento de 17,78%. O sistema de trens no Rio de Janeiro, que também é privado, reajustou a tarifa de R$5,00 para R$7,40 no início de fevereiro deste ano.
Por esses motivos, estamos realizando esse plebiscito para que a população do Estado de São Paulo possa se manifestar contrária a essa entrega. São empresas com mais de 50 anos trabalhando na qualidade e eficiência de seus serviços que representam um patrimônio que não é somente delas, mas de toda população do Estado. Foram anos de grandes esforços e investimentos que não podem ser repassados a troco de nada para um pequeno grupo de empresas e pessoas que só desejam aumentar seus lucros.
Participe dessa luta apoiando o plebiscito em sua cidade e diga NÃO À PRIVATIZAÇÃO!
Imagem: Jorge Marques