A PEC 5/2021, que muda a estrutura do Conselho Nacional do Ministério Público, foi rejeitada. Por Jorge Marques
A PEC 5/2021, que muda a estrutura do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), foi rejeitada na Câmara dos deputados federais. O PSOL votou contra a tal Proposta de Emenda Constitucional. Então, não vou entrar no mérito da questão sobre o que é certo ou errado. Assim que o resultado da votação veio à público, a bancada do PSOL no parlamento passou a ser acusada de se dobrar aos interesses da Lava Jato. Completo absurdo, pois, de fato, o PSOL não se dobrou a nada. O partido apenas não votou num paliativo político que, no final das contas, acabaria dando mais poder para esse parlamento fascistoide que acoberta o governo genocida, sob o comando do engavetador mor, Lira, junto com seus comparsas e capachos. Acusam, ainda, o PSOL de simpatia com os interesses da burguesia. Olha só, o PSOL não tem ilusões liberais-burguesas. Isso, com todo respeito, é uma completa bobagem. Quem ainda alimenta tais ilusões, não obstante todas as porradas que tem recebido dessa gente, é o PT com esse eterno amor pelo “centrão”. Senão, vejamos: o PSOL é um partido socialista; o PT não é. O PSOL produz formação socialista; o PT não. O PSOL não conversa com Renan, FHC, Dória, etc.; o PT sim. Aliás, estou muito curioso para saber qual será a escolha do vice do Lula. Será da esquerda, do “centro”, ou da direita? Estive em todos os atos e manifestações de rua nos últimos anos; muita gente que acusa o PSOL de “lavajatismo” sequer chegou perto dessas lutas de rua, que combatiam, duramente, a Lava Jato e Sérgio Moro. Vi o PSOL na Paulista, no Anhangabaú, no Largo da Batata, na Batalha de POÁ, em SBC, em Curitiba, em Brasília. Boulos sempre estava lá, Erundina, Ivan Valente sempre estavam lá. Renan não estava, Pacheco não estava, Aziz não estava. Essa gente estava, sim, do lado do golpe; engendrando o golpe. Então, que meçam suas palavras, pois lavajatistas são aqueles que apoiaram e votaram no governo genocida; no governo Bolsonaro. O Partido Socialismo e Liberdade foi contra o golpe; lutou e continua lutando contra o golpe.
É preciso um mínimo de senso ético, coerência e responsabilidade.
Talvez, não seja nem mais uma questão de focar no “Fora Bolsonaro!”, mas no fora sectarismo e irracionalidade.
Imagem: Expresso Periférico