Práticas educativas para recuperar o condicionamento físico, por Carmem Pansa e Mauro Castro.

A periferia também está envelhecendo!

Práticas  educativas para recuperar o  condicionamento físico nem sempre estiveram no horizonte da população que mora nos bairros periféricos.

Com cargas de trabalho quase sempre estafantes, longas jornadas em serviços que requerem esforços físicos, por vezes  em posições que distorcem a estrutura do corpo, faz-se necessário, para recuperar a saúde minada durante boa parte da vida, buscar recondicionamento físico em academias, nem sempre legalmente reconhecidas, é, sem dúvida, um custo financeiro a mais que nem sempre cabe no orçamento.

A saída costuma ser a opção por caminhadas, que não obedecem  regularidade, até porque o tempo despendido para essa prática é condicionado pela lida doméstica, principalmente para as mulheres, que possuem dupla ou até mesmo tripla jornada de trabalho.

A população está envelhecendo!

Concorre para esse fim o avanço  da medicina preventiva, com vacinas que têm cumprido um papel determinante no aumento da expectativa de vida e, consequentemente, envelhecimento da população periférica, mesmo que em ritmo bem menor do que nos bairros mais abastados.

Praticar atividades físicas preserva a qualidade de vida.

Neste sentido, as mulheres, no saber acumulado pela experiência de vida, têm buscado nas caminhadas pelas avenidas da região e também nos espaços coletivos como associações, igrejas e praças, formas de garantir e fortalecer a saúde e a mente. São grupos que estão na chamada terceira idade que celebram a vida saudável.

Na região, muitos coletivos passaram também a ser ancorados e referenciados no projeto Afromix, que busca a reeducação física, combinando movimentos básicos de capoeira, que envolve muita ginga, com vários estilos de dança e música.

É sabido que a atividade física em alguns casos  pode ser o melhor remédio para combater ou reduzir o impacto de males como atrofia muscular, estresse, fadiga e depressão.

O Afromix, criado pelo mestre Tico, é a dança completa que, no limite de cada pessoa, traz benefícios não só à saúde física, como também mental e à sociabilidade.

Os grupos de Afromix na região são  compostos predominantemente por mulheres que se encontram, quase sempre, em dois dias da semana. Momento que celebram a vida com muita saúde, dança e alegria.

Neste sentido, o Afromix encontrou  terreno fértil aqui na região, formando diversos grupos espalhados nos salões de igrejas e associações, numa combinação  saudável  formando uma grande família. São  mulheres  como Carmen Pansa, moradora e liderança em Americanópolis, região da Santo Afonso que, por conta da lida com o pai, ficou com sequelas na coluna e, quando passou o ciclo, iniciou caminhadas para recuperar a mobilidade da coluna comprometida.

Ao encontrar com o Afromix e integrar – se ao projeto, o que aconteceu a partir do final de 2012, Carmen é convidada para ser motivadora. Fez o curso em 2013, tornando – se referência  para  vários grupos da região.

É, sem dúvida, uma ação que além de  tratar da saúde através da reeducação física, proporciona a solidariedade  e o pertencimento  entre mulheres que dedicaram a vida para fortalecer a família e agora também apostam na ação coletiva a favor da vida da coletividade.

Para encontrar os grupos do Afromix no território, acesse o endereço: www.afromix.com.br

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Escrito por Expresso Periférico

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