Ver o congolês Moise Kabagambe sendo morto a pauladas no dia 24/01/2022 na praia da Tijuca é estarrecedor.
Ver o congolês Moise Kabagambe sendo morto a pauladas no dia 24-01-2022 na praia da Barra da Tijuca é estarrecedor. O que dói mais: ver a violência dos agressores ou o silêncio passivo dos espectadores? Estamos no fundo do poço ou no fundo do poço encontramos a fossa?
Em 2020, houve no Brasil 43. 892 homicídios.
Onde está o brasileiro cordial, pacífico?
Somos um povo pacífico ou violento?
Anos atrás éramos queridos por todos os países. Estávamos convencidos de que o Brasil era um país bonito por natureza. Natureza exuberante. Um jardim animado com Samba, Capoeira. Um país alegre, otimista e feliz. Riquíssimo. Cobiçado por todos. Tem o ouro negro que movimenta a sociedade moderna. Tem água, terras cultiváveis….Se não fosse tão rico, os ladrões não nos visitariam tanto e os traidores não venderiam nosso país.
A má distribuição da riqueza nos tornou violentos pelo medo de perder o pouco que temos, ou por não ter nada e ter que lutar para sobreviver.
Nessa luta pela sobrevivência, num sistema que incentiva o individualismo, nos encontramos todos no campo de batalha da barbárie. Nele não existe a lei e, se existe, nós a rasgamos.
Para os poderosos está tudo maravilhoso, basta conseguir que os pobres pensem igual aos ricos:
“Bandido bom é bandido morto”.
“Esses moradores de rua são todos vagabundos, não querem trabalhar”.
Os ricos querem aprovar a pena de morte. Nós perguntamos: para quem? Rico não será nem julgado; muito menos morto.
Para o pobre jovem negro, Moise, a pena de morte já existe. Sua família querendo fugir dela no Congo a encontrou num país pacífico: o Brasil.
Não precisa verdugo, o povo enganado e cego, na prática de sua barbárie, mata a pauladas o pobre (Moise), seu companheiro. O povo, favorável à pena de morte, protege o agressor.
Entretanto, os ricos se lambuzam em seus cabarés. Eles tem certeza de que não serão punidos!
Imagem: Coletivo de Comunicação do Levante Popular da Juventude