Só a luta garante o direito do povo!

O Brasil segue com 12 milhões de pessoas desempregadas. Há 6 anos o desemprego entre os jovens está acima de 20%, e para piorar a situação, o rendimento dos salários caiu 3,6% em relação ao trimestre anterior, segundo o IBGE. De acordo com o ILAESE (Instituto Latino-Americano de Estudos Socioeconômicos), a situação é pior, com mais de 58 milhões de pessoas sem emprego em 2020, o que equivale a 27,87% da população brasileira. Ou seja, a cada dia que passa fica mais difícil comprar alimentos, arrumar emprego e construir sonhos para nossos jovens. Viver custa mais caro e você já percebeu isso. Diante desse cenário, como o dia Primeiro de Maio pode ser celebrado? 

Você, trabalhadora e trabalhador da Zona Sul de São Paulo, lembre-se que nenhum direito foi dado de presente a nenhum de nós: foi tudo fruto de muita luta. No dia Primeiro de Maio de 1886, por exemplo, milhares de trabalhadores foram às ruas nos EUA por uma jornada de trabalho de oito horas. Ao longo dessa greve muita gente morreu e foi condenada, surge assim O DIA INTERNACIONAL DA LUTA DAS TRABALHADORAS E DOS TRABALHADORES. Sim, Internacional, porque aqui no Brasil não foi diferente. Nossa história é marcada por greves e manifestações por direitos. A greve de 1917 e as manifestações da década de 1920 foram cruciais para os direitos trabalhistas brasileiro. Talvez, em virtude de nossa atual situação, fique difícil encontrar algo para se comemorar. No entanto, essa data vem para nos lembrar de que é preciso reagir para que nossa existência ganhe dignidade.

Cresce a cada dia o número de trabalhadores por conta própria. Eles, o governo, a burguesia, os empresários, os donos do poder, enfim, os capitalistas tentam nos convencer de que o empreendedorismo é a chave para o sucesso. Mas o que acontece é que nessas condições a trabalhadora e o trabalhador encontram insegurança, instabilidade e quase nenhum direito.  O número de trabalhadores de entregas por aplicativos cresceu 158% no primeiro semestre de 2020. Segundo a Associação Aliança Bike: “Os cerca de 30 mil ciclistas entregadores de APP da cidade de São Paulo trabalham, em média, 12 horas por dia, durante os sete dias da semana, para ganhar menos de mil reais por mês”. Cabe destacar que, além de ganhar menos de um  salário  mínimo, muitos desses ciclistas são jovens que não terão oportunidades de estudo, considerando essa jornada de trabalho.

Nossos direitos estão sendo sequestrados a cada dia. O dinheiro que conquistamos com muito suor vale cada vez menos. Nesta data, o que nos resta é lembrarmos de nossas origens teimosas por respeito e humanidade. Se você não está satisfeito com a condição atual do trabalhador, organize-se com o Comitê de Lutas Pedreira, Jabaquara e Cidade Ademar e, juntos, vamos criar caminhos de reinvindicação, apoio e conquistas. 

Imagem: Ilustração da primeira edição do Jornal da Gente do Jd. Miriam, periódico publicado na década de 1970 na região.

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Escrito por Gabriel Messias

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