A vulnerabilidade é um fantasma à procura de corpos! Por Antonio Grangueiro

Veja o “caso do Val”, Arthur do Val, Deputado estadual,  apelido Mamãe Falei. Falarei um pouco mais sobre sua figura “pública”, mas mais que isso: sobre o “TIPO do Val” que está por aí.

Sempre o réu, a conselho de seu advogado, e diante do flagrante, optará pela penalidade mais BRANDA. Embora seja o que ele queira justificar, o que Val fez não foi simples sexismo-machismo. Note que ele, apressada e convenientemente, tenta admitir isso perante a opinião pública, após o flagrante do WhatsApp.

Mas disso, até mesmo Bolsonaro ou Moro o acusaram, ainda que com constrangimento.

Ora, Val optou por sofrer a paulada identitária, em vez da paulada universalista.

Examinemos um pouco a “prova”: “São fáceis porque SÃO POBRES.”  Ele não disse: “Fáceis porque são MULHERES!”

E não há mensagem subliminar aqui. Embora o seu interesse seja direcionado a “mulheres”, ele subjaz e se sustenta na variável POBRES!

Ele atinge a qualidade VULNERÁVEL, que é UNIVERSAL, não IDENTITÁRIA.

Seu prazer (excitação), ainda que possa circunstancialmente estar associado à mulher, advém da condição em que esta mulher está: VULNERABILIDADE, FRAGILIDADE, POBREZA. Digamos assim: é a mulher REFUGIADA e não a refugiada MULHER que se sobressai  em sua sentença. É a condição de exploração e vulnerabilidade que permite a ascensão da motivação nazifascista, muito mais que a sexista ou machista.

E assim, é de interesse do incriminado optar pela acusação mais “branda”.

Mas, vamos dar nome aos bois?

Do prazer de humilhar os fracos é que vem o seu delito, e não do prazer em se regozijar com uma mulher. É o desejo mal resolvido em apropriar-se do corpo do outro que a atração sexual salta, por OCASIÃO de DOMINAÇÃO.

Esta satisfação que Val já demonstrou em outras situações, como o caso do ataque ao padre Lancellotti. Que é homem, padre, e está envolvido com quem? Mulheres? Não. Com POBRES, SEM-TETO, VULNERÁVEIS. 

Sem-teto é um tipo de refugiado também, não é mesmo?

Nesse caso, a ocasião deu oportunidade ao fascismo, não ao sexismo. E este é o caso de muitos “DO VAIS”.

Imagem: EPA/SERGEY KOZLOV

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Escrito por Expresso Periférico

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