Por Maria Emília Fonseca Moraes (Mila)

É no cenário eleitoral que presenciamos governos municipais, a exemplo na Cidade de São Paulo, o prefeito e seus correligionários no Poder Legislativo (vereadores do centrão municipal) atuarem também na ilegalidade, na medida em que não oferecem à população do município de SP, os menos favorecidos em geral, condições para uma vida com dignidade, quiçá garantia de sua sobrevivência com uma cesta básica, gás, medicamentos, contas de água e luz, etc. Tudo ficou com preço muito alto e a população, principalmente na periferia, com salários muito baixos (quando tem emprego!).

O atual prefeito, com projetos faraônicos, com apoio dos vereadores, numa atitude intempestiva, sem comunicar à população de uma região reconhecidamente menos favorecida, está propondo desapropriar vários imóveis: moradores (propriedades particulares) e comerciantes que têm em suas lojas, oficinas e mecânicas como único sustento.

O poder público defende que a construção do terminal de ônibus entre a Rua Gomes de Amorim (CEP 04.416-020) e área paralela junto à Av. Cupecê é a saída para resolver o problema de mobilidade na região…

Ficam as questões:

1 ) Localização: qual critério dessa escolha?

2) Por que não investir em Política Pública para habitação num 1° momento e construir moradias para famílias que vivem em “áreas ocupadas irregularmente”, principalmente nas encostas, e oferecer moradia digna em condições que as famílias possam pagar? Obs: a região está passando por considerável “especulação Imobiliária”.

3) Porque não consultar os moradores e população da região para saber qual seria o melhor local para instalação/construção do terminal na região? A região faz limite com município de Diadema e pode haver um trabalho mútuo, em parceria com áreas próximas da divisa dos dois municípios.

3) Nós, moradores ameaçados de DESAPROPRIAÇÃO, tivemos acesso à informação do megaprojeto que pretende interligar desde a região do Cocaia (fundo do Grajaú) via transporte hidroviário até a região do bairro Pedreira, ambos pela Represa Billings, para depois por outros terminais rodoviários interligar um ao outro. Vale lembrar que lidar com Meio Ambiente exige cumprir regras e Legislação específica, principalmente quando o projeto ocorre entre SP e São Bernardo e SP e Diadema: será que São Paulo pode decidir sem parceria com os demais municípios?

Como a SPTrans não manteve sua transparência até o presente momento para explicar para a população quais serão as linhas impactadas com a construção do terminal e detalhes sobre o projeto, vamos considerar:

Metragem do terreno – 21.251,00m² – Baseado no valor presente na planta oficial. Total de linhas: 7 linhas – Baseado no levantamento das linhas que circulam no corredor Corredor Metropolitano ABD.

Com um número menor de linhas, o terminal Jardim Miriam está proposto a ser quase 10 vezes maior que o terminal Parelheiros. Qual a necessidade de um terminal dessa dimensão, impactando centenas de vidas? Por que não utilizar espaços públicos, com medidas compatíveis com os terminais listados, impactando menos imóveis?

O terminal Guarapiranga, com menos da metade do tamanho do terminal proposto, consegue atender 17 linhas. Por que não trazer um terminal mais compacto e eficiente, trazendo mais economia em sua construção e aproveitamento do terreno?

O terminal A. E. Carvalho, com uma dimensão semelhante ao terminal, tem uma garagem de ônibus. As dimensões do terminal proposto têm pouco aproveitamento do terreno, onde terá, segundo a proposta, muitos espaços livres. Temos o córrego do Cordeiro, sem projeto de urbanização adequado e área subutilizadas.

Ainda em tempo: precisamos preservar nosso Processo Histórico, como “tempo de moradia e convivência consolidada com moradores que coabitam a mesma área por mais de 50 anos, com registros e fotos”. Não significa desprezar o progresso, mas preservando nossos valores humanos, frutos de tanta luta de nossos antepassados.

Imagem: Abaixo assinado contra a construção do “Terminal do Jardim Miriam”

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Escrito por Expresso Periférico

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