No ano de 1989, com a chegada de Luiza Erundina ao Governo municipal, um dos desafios… Por Osvaldir de Freitas

No ano de  1989 , com a chegada de  Luiza Erundina ao Governo municipal, um dos desafios, entre muitos naquela ocasião, era abrir ao público cerca de 30 mercados distritais, construídos na gestão anterior e não dado o uso, ou seja, não abertos ao público.

Não repetir o modelo dos mercados implantados na cidade, que eram mais elitizados, e ter a participação da comunidade na implantação destes equipamentos eram eixos a serem seguidos.

No caso do Jardim Miriam, foram realizadas reuniões na Paróquia Nossa Senhora Aparecida, onde os munícipes podiam dar sua opinião e formular um modelo de serviço público.

Naquela oportunidade, a escolha do Administrador do Mercado foi também discutida com a comunidade. Fui escolhido para a tarefa.

Depois de várias rodadas de conversa, com a participação de técnicos da Prefeitura, optou-se pelo uso misto do mercado. Metade seriam boxes de diversos produtos com a gestão de permissionários (modelo então dos mercados na cidade) e a outra metade um sacolão popular, operado diretamente pela Prefeitura.

A grande novidade era a compra direta de produtos agrícolas de assentamentos próximos a São Paulo. Tinha bananas do Vale do Ribeira, batatas de Sorocaba, tomates e outros legumes de regiões próximas.

O diferencial do sacolão era regular o mercado de produtos agrícolas em sacolões privados da região. O preço do sacolão popular era muito competitivo e forçava os concorrentes privados a praticarem preços mais baixos. Houve uma queda significativa, naquele momento, dos preços na região.

O modelo foi implantado em outros mercados da cidade, como Parque Santo Antônio e Piraporinha, na M’Boi Mirim.

Posso afirmar que a experiência foi importante e exitosa, mas houve muitos percalços que podemos analisar, em momento oportuno, para melhorar uma experiência como esta.

A falta de uma estrutura na Prefeitura foi um dos pontos a serem levados em consideração.

Um governo popular pode resgatar a experiência e melhorá-la. Os eixos de participação popular e compras diretas de pequenos agricultores são fundamentais.

Com certeza, a experiência do  Sacolão do Povo no Jardim Miriam foi um marco importante de participação popular e do poder público agir na regulação econômica. 

Imagem: Bruno O.

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Escrito por Expresso Periférico

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