Escancarar num grito os absurdos das desigualdades que a sociedade esconde no Cale-se de cada corpo de mulher. Texto: Coletiva da Mulheres

O QUE NOS SILENCIA?

75%  do trabalho de cuidados NÃO REMUNERADO no mundo, são exercidos por mulheres

(cozinhar, lavar, passar, limpar, cuidar das crianças, dos idosos)

12, 5 bilhões de horas gratuitas de trabalho por dia, realizado por mulheres

US$ 10,8 trilhões por ano é o valor do trabalho realizado GRATUITAMENTE por meninas e mulheres 

65% das meninas são responsáveis pelos cuidados de limpeza da própria casa 

648 FEMINICÍDIOS no primeiro semestre de 2020

90% dos acusados são companheiros ou ex das vitimas

66,6% das vitimas são negras

A cada 9 horas uma mulher é morta no Brasil. O confinamento matou 195 mulheres entre março e abril de 2020 em 20 Estados brasileiro

A cada 8 minutos uma mulher é estuprada.

84% dos casos de estupro o criminoso era conhecido da vitima, da família ou pessoa de confiança. Porém, 

52% das famílias brasileiras são lideradas por mulheres.

Quem ocupa os postos de trabalho e ganham os melhores salários?

Quem discute e determina as politicas econômicas e sociais? 

40% do eleitorado brasileiro são mulheres

Vergonhosamente temos uma pífia representação de 5 a 10%  no parlamento

90% dos profissionais de educação são mulheres

Quem decide o retorno às aulas neste cenário pandêmico de inseguranças e ausência de proteção?

Todo este cenário de exclusão é elevado e potencializado quando olhamos quem o ocupa, mulheres negras, pobres e periféricas

Os índices, dados e percentuais acima mostram que a muralha das desigualdades de gênero é gigante. Em 2019 houve um aumento de 43% das notificações de violência doméstica em relação aos últimos 4 anos, de certa forma as mulheres se encorajaram para apontar seus violentadores, porém em 2020, houve queda nas notificações por lesão corporal dolosa, ameaças, estupros e estupros de vulneráveis, crimes este que dependem do comparecimento da vítima a delegacia de polícia. O reflexo da pandemia mais a ausência de políticas públicas que garantam segurança à vítima para denunciar, dificulta ou impede esse pedido de socorro, agravadas ainda pela distância econômica e a violência  que ela produz, frutos de uma sociedade machista e autoritária sobre os nossos corpos.

Fontes: Instituto Brasileiro de Direito da Familia; 14a. Edição do Anuário Brasileiro de Segurança Pública; Relatório OXFAM 2020; Marcha Mundial de Mulheres; Blog Outras Palavras; SOF Semprevivas  

Vamos juntas responder O que nos silencia, traçar caminhos para encontrar as companheiras, dar às mãos, buscá-las onde estiverem. Queremos compartilhar com nossas irmãs a vida, o encontro com o sagrado feminino e o infinito prazer de reafirmar que JUNTAS SOMOS MAIS FORTES e NOSSAS VIDAS IMPORTAM.

A força do feminino pulsando em cada corpo de mulher vai curar o mundo e estabelecer como propósito de vida sua liberdade e uma nova conduta  de respeito aos desejos da mulher de ser quem ela quiser. 

Você é nossa convidada para as reflexões e conversas que vamos realizar durante todo o mês de março. Sempre às sextas feiras, às 19h30

Acompanhe a programação aqui no Expresso Periférico.

Imagem: Paulo Pinto (Fotos Públicas)

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Escrito por Expresso Periférico

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