O descarte irregular de lixo nas esquinas e pontos viciados no território é uma prática que deve ser combatida

Ao andarmos nas ruas da periferia de São Paulo e, particularmente, na região de Cidade Ademar, Pedreira e Jabaquara, é comum encontrarmos esquinas e entornos de escolas com amontoados de lixo que foram descartados sem nenhum cuidado por parte de moradores e transportadores de entulho que, sem nenhum escrúpulo ou responsabilidade coletiva, desovam restos de construção, móveis e toda sorte de material que deixa de ter utilidade imediata. Via de regra, são pontos viciados que provocam severos danos na comunidade e ao meio ambiente, impedindo a passagem de transeuntes e potencializando a proliferação de vetores com alto risco a saúde da população. Ratos, mosquitos, baratas, moscas e formigas são os principais vetores que transmitem doenças como a dengue, febre amarela, arboviroses, elefantíase e uma variedade imensa de doenças causadas pelo xixi do rato e das pulgas que carregam em seu corpo. As formas de transmissão são diversas: picada da fêmea dos mosquitos; baratas e formigas causam infecções respiratórias e intestinais que são provocadas pela giardíase, cólera e diarreia. Carregam também no corpo milhões de micróbios na medida que se locomovem sobre alimentos, copos, pratos e talheres.

O lixo acumulado na rua também contribui para potencializar enchentes numa cidade que enfrenta sérios problemas com o escoamento das águas no período de verão. 

Percebe-se portanto, que os pontos viciados com lixo passaram a ser comuns, tornando indiferentes à população o convívio com famílias de ratos que encontram alimentação farta em cada esquina do território.

A quem devemos recorrer?

A prefeitura do Município é o órgão público diretamente responsável para coletar e processar o lixo da cidade.

São Paulo soma, aproximadamente, 11.5 milhões de habitantes. Com essa imensa população e um processo de ocupação desordenado onde a periferia é sempre a última a ser atendida. 

A cidade produz diariamente mais de 12 mil toneladas de resíduos domiciliares e uma quantidade significativa é descartada de maneira irregular, sem o cuidado para reciclar parte desse material.

São Paulo trata adequadamente apenas 3% de todo material que coleta!

O destino de todo o material recolhido são os aterros sanitários – grandes áreas preparadas tecnicamente para recolher os resíduos. Todavia, além da coleta regular e caminhões que recolhem os materiais recicláveis, temos, infelizmente, um número insuficiente de ecopontos que poderiam absorver o material descartado irregularmente.

Neste sentido, cabe ao poder público fazer campanhas educativas e fiscalizar adequadamente o descarte irregular. 

Cabe ressaltar também que uma parte considerável desses resíduos vão parar em córregos, bueiros e rios, contribuindo para potencializar as enchentes.

Por outro lado, temos um verdadeiro exército de catadores que prestam inestimável papel à sociedade. São trabalhadores informais que recolhem uma parte considerável do que é descartado.

Hoje, para milhares desses trabalhadores, a coleta de recicláveis constitui a única fonte de renda. Faz-se necessário garantir a esses profissionais a segurança para que continuem legalmente prestando serviço à toda sociedade.

Cabe também ao poder público investir em campanhas educativas para mostrar à população os danos causados por conta do descarte irregular e, também, punir com rigor os oportunistas de plantão, que não são poucos.

Saiba Mais

Ecopontos na região 

Temos, na área de abrangência de Cidade Ademar e Pedreira e na área da subprefeitura de Jabaquara  quatro Ecopontos, que são insuficiente para cobrir duas regiões que somam mais de 634 mil habitantes. É uma população numerosa que precisa ter a seu dispor mais possibilidades de coleta e assim reduzir o descarte irregular.

Ecopontos da Região

Cidade Ademar: Rua Amália Maia de Jesus,131 – Jardim Itacolomi
Pedreira: Estrada do Alvarenga, 2475 – Jardim Itapira.
Jabaquara: Rua Jupatis, 140.
Rua João de Lery, 503.

Referências

Universidade Federal de São João Del Rei
Per Saúde – programa de Educação pelo trabalho para a saúde

Imagem: Google Maps

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