Envolvendo artistas, coletivos culturais, escolas e instituições parceiras de Cidade Ademar, Pedreira, Jabaquara e Diadema…
Ocorreu, entre os dias 05 de novembro e 13 de novembro, o já tradicional Encontro Literário #CaiuNaRedeÉCultura. Depois de dois anos com programação online por conta da pandemia de COVID-19, esse ano o evento ocorreu com a programação quase totalmente presencial, com atividades ocorrendo em espaços parceiros como o CEU Alvarenga, CEU Caminho do Mar, Centro Frei Tito, JAMAC, Casa Delas e ruas e praças da região da Cidade Ademar. Organizado de forma voluntária por ativistas da educação e da cultura da região de Cidade Ademar, Pedreira, Jabaquara e Diadema, o Encontro também contou com a parceria da Casa de Cultura Itinerante da Cidade Ademar pelo terceiro ano consecutivo.
Em sua sétima edição, a programação, que estava sendo divulgada para ocorrer de 04 a 13 de novembro, teve início efetivo apenas no dia 05 de novembro, sábado, com a atividade do Cortejo Delas organizado pela Coletiva Deixa Ela Tocar!, que saiu da rua José Eid Maluf, 20, endereço da Casa Delas, em direção à Praça da Caixa D’água, Americanópolis. Com concentração marcada às 11h, a caminhada teve início por volta das 12h e término para além das 13h30 com diversas intervenções artísticas de mulheres do território, como o Violão Deixa Ela Tocar!, Dançarinos Reggarte, Percussão Deixa Ela Tocar!, Mulheres do Expresso, Minas de Resistência, Kariri Xodó Zinha, Sarau do Vinil, Cirandelas, Canto Deixa Ela Tocar! e do Coletivo Dente de Leoa na praça. Na sequência, a partir das 15h, o Sarau Arte Sininha ocorreu de forma híbrida, no Lar Maria & Sininha, Rua da Saúde, 739 – Eldorado, com transmissão online pelo Instagram e pelo YouTube. Fechando o primeiro dia, a partir das 18h, ocorreu o Sarau de Abertura do Encontro Literário, reunião de artistas que representam o Sarau Poesia de Porão, Sarau do Vinil e Sarau do Grajaú, na Praça do Jardim Miriam. Nem o frio, nem as dificuldades técnicas para ligar a energia elétrica desanimaram os poetas e as poetas que se fizeram presentes a ocupar a praça e lançar muita poesia e música no ar.
Já no domingo, 06 de novembro, ocorreram duas mesas na Casa Delas. A primeira, a partir das 16h, foi “Elas em Ação: Música, Pesquisa e Formação” e a segunda, a partir das 18h, uma palestra com Lilian do Funk SP e Ana Paula Rigaud, com os temas “Empoderamento Feminino e Empreendedorismo na Favela”, demonstrando a força e a potência feminina na produção cultural.
A segunda-feira, dia 07, reservou uma única atividade, ocorrida de forma online, com a conversa “África Contemporânea”, com Odair Marques da Silva.
Já no dia 08, a partir das 8h30, no CEU Alvarenga, tivemos a apresentação “Talentos Somando nas Diferenças”, da EMEF Dep. João Sussumu Hirata, com apresentações dos estudantes e de artistas convidados como o poeta e professor Gabriel Messias, o ator Marco Barretho, o poeta e agitador cultural Daniel Alexandrino e o professor e poeta Betinho.
Paralelamente, ocorria o Encontro Literário das Infâncias, realizado a partir das 9h no CEU Caminho do Mar, atividade que envolveu diversas escolas de educação infantil: EMEI Cora Coralina, EMEI Alexandre Correia, EMEF Sete Praias, EMEI CEU Caminho do Mar, CEI CEU Caminho do Mar, CEI Onadyr Marcondes, além da coordenadora pedagógica Natália como brincante Katavento, do CEI São Joaquim, no Campo Limpo.
A tarde de quarta-feira, dia 09, reservou uma conversa no CEU Alvarenga sobre Carolina Maria de Jesus com Luciara Ribeiro, numa parceria do #CaiuNaRedeÉCultura com o IMS (Instituto Moreira Salles), uma vez que a mesma foi assistente de curadoria da exposição “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”, que ocorreu no Instituto. Foi uma palestra maravilhosa, seguida pela apresentação do músico e multiartista Fábio Nunez com o show “Peculiar”, com músicas autorais do artista acompanhadas por uma conversa sobre a sua trajetória e processo criativo,
Já a partir das 19h30, ainda no CEU Alvarenga, ocorreu a “Roda de Conversa com Artistas Sobre Saúde Mental”, com Ângela Sena, mulher afroindígena, afroempreendedora, escritora, palestrante e oficineira; Mônica Rodrigues, mulher indígena, escritora, multiartista, mãe, agente de cultura e palestrante; e Cleyton Mendes, homem negro, escritor, oficineiro, slammer e carteiro, mesa mediada por Lilia Reis.
A quinta-feira dia 10 de novembro começou com a pintura mural do JAMAC na EMEI Cruz e Sousa, Rua Henrique da Costa, 348, a partir das 9h.
Já no CEU Alvarenga, a partir das 19h30, tivemos uma apresentação de dança da Cia. de Dança NR com o espetáculo “Vozes da Dor” e um breve bate-papo sobre a montagem do espetáculo com a professora Penélope Hartvite e com o professor Nilson Rodrigues. Na sequência, uma rápida roda de conversa sobre o processo criativo e produção poética com Gabriel Messias, José Soares, Professor Betinho e Daniel Alexandrino. Os alunos da EJA da EMEB Dr. Átila Ferreira Vaz, do Eldorado – Diadema, apresentaram a leitura em forma de jogral do poema “Além da imaginação”, de Ulisses Tavares e a leitura do poema “Sou uma Carolina”, de Tula Pilar Ferreira. Encerrando a noite, tivemos a banda Mulango Dengo com forró de primeira qualidade que animou e colocou para dançar o público presente.
A sexta- feira,11, reservou uma manhã potente no CEU Alvarenga com o “Sarau da Juventude”, atividade que reuniu 4 EMEFs da região: Alm. Sylvio Heck, Dep. João Sussumu Hirata, Carlos Augusto e Antônio Sampaio Dória, além dos jovens do Frei Tito que fazem aula de violão com o professor Vander Bourbon, com apresentações poéticas e musicais e a distribuição do livro “Achados e perdidos”, coletânea com os poemas dos estudantes.
O período noturno, a partir das 19h30, foi reservado para a presença de duas bandas: a Capitão Bourbon, com seu rock e blues psicodélico autoral, e a Rivotrio, com muitos clássicos do MPB e rock nacional.
O sábado, dia 12 de novembro, foi reservado para dois saraus, um no período da tarde e outro da noite. Inicialmente marcados para ocorrer no CEU Caminho do Mar, à tarde, o Sarau do Jabaquara ocupou o espaço do Centro Frei Tito, localizado na Rua Jacinto Paes, 57 – Americanópolis, com a presença de diversos colaboradores e poetas da região, enquanto à noite, o Sarau Cinematográfico Mascate Cineclube tomou conta do JAMAC, situado na Rua Maria Balades Correa, 8 – Jardim Miriam, depois da impossibilidade de ocorrerem nas dependências do CEU Caminho do Mar devido à uma dedetização que foi marcada para o mesmo dia no equipamento. Apesar do contratempo, as atividades mostraram a força da produção poética de diversos artistas da região. No Sarau Cinematográfico tivemos bate-papo com Oluwa Seyi falando de literatura, a cantora Gabi d’Oyá com seu repertório musical, a exibição do curta “Oriomi” e bate-papo com o ator Felipe Pontes e do curta “Pandemia do Sistema” e bate-papo com a diretora Naná Prudêncio. A apresentação ficou por conta de Thais Scabio e Luana Levy. Nesse evento também foi realizado o lançamento do livro “Feliz Ano Novo”, coletânea de textos publicados na coluna Literaturas do Expresso Periférico.
No domingo, dia 13 de novembro, o Encontro voltou a ocupar uma praça pública, dessa vez a Praça da Vila Joaniza, a partir das 11h, com o rap consciente de Roger DaRua. Às 14h, o paredão do Funk SP balançou as estruturas do CEU Alvarenga. Encerrando os trabalhos, ocorreu a palestra sobre “Violência Doméstica e Relacionamento Abusivo” com Ione Nadu e Clodoaldo Arruda, na Casa Delas, a partir das 18h.
Apesar das dificuldades, e foram muitas, como a falta de pessoal para acompanhar e dar a sustentação e apoio às apresentações artísticas, problemas de documentação para contratação pela Casa de Cultura Itinerante, cancelamento ou alteração de data, local ou horário de algumas atividades, no final, a missão do Encontro Literário de dar visibilidade à (parte) da produção artística da região foi cumprida, além do estabelecimento de novas parcerias como o CEU Alvarenga e Casa Delas, por exemplo. Sendo assim, o 8º Encontro já começa a ser pensado a partir da avaliação dos acertos e erros do 7º. Vida longa, #CaiuNaRedeÉCultura!