No dia 27 de junho a EMEF Carlos Augusto  de Queiroz Rocha promoveu mesa de debate e exibição do documentário “Eldorado – Mengele vivo ou morto?”

No dia 27 de junho a EMEF Carlos Augusto de Queiroz Rocha promoveu mesa de debate e exibição do documentário “Eldorado- Mengele vivo ou morto?”. O evento contou com a presença do cineasta Marcelo Felipe Sampaio (diretor do filme) e oportunizou o diálogo entre a comunidade escolar em relação à presença do nazismo no país.

Marcelo recebeu de Diadema, sua cidade, a medalha de méritos culturais, pelo conjunto de sua obra. Ele disse que a ideia de fazer o filme surgiu de um boato presente desde a sua infância a respeito da presença de um dos criminosos nazistas mais procurados do mundo, Josef Mengele, na região de Eldorado. Foram 14 anos de produção independente e com poucos recursos. Um trabalho de fôlego, reconhecido não só pela cidade, mas também pelas academias de cinema de diversas partes do mundo. 

Felizmente, isso tudo não tirou dele o jeito simples e a abertura para o diálogo. Após o filme, o diretor respondeu perguntas de jovens e adultos. Destacou que o maior partido nazista fora da Alemanha ficava no Brasil, o que pode ter motivado muitos membros do exército alemão buscarem abrigo no país. Retomou um trecho do documentário afirmando que a polícia sabia do paradeiro de muitos desses criminosos, mas que não havia interesse em prendê-los. “A polícia estava atrás dos comunistas.” 

Os estudantes fizeram conexão entre o nazismo e a “política de morte” do atual governo, sobretudo no que diz respeito à pandemia da Covid-19. Os professores, na intenção de elaborar melhor essa provocação, trouxeram reflexões com base na expressão “banalidade do mal”, presente no livro: Eichmann em Jerusalém – Um relato sobre a banalidade do mal, da filósofa alemã Hannah Arendt, oportunizando a reflexão sobre como foi possível conceber e normalizar os números de mortos no país. O papel da Volkswagen também foi foco de debate quando contextualizado o papel da empresa na cobertura dos fugitivos nazistas, bem como apoio ao golpe militar de 1964.

Após o encerramento, o diretor permaneceu no local, tirando fotos com a comunidade escolar e disposto a voltar para a exibição de seus outros filmes. 

Saiba Mais

Leitura: Arendt, Hannah. Eichmann em Jerusalém. São Paulo: Companhia das Letras, 2000.

Trailer do filme “Eldorado- Mengele vivo ou morto?”

Imagem: Gabriel Messias

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Escrito por Gabriel Messias

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