Poemas de Jefferson Quintino

Porões da alma

Porão,
Lugar de guardar
Esquecer, libertar ou aprisionar

Porão,
Entre o assoalho e o chão
No corpo o porão da alma está entre a cabeça e o coração

Porões que muitas vezes já foram utilizados por torturadores nas ditaduras
Hoje alerta como museu as gerações futuras

Ódio, medo, rancor, mágoa
Guardados no porão da alma
Trancados como gritos na água

E a alma reflete o que se guarda nesse porão,
Às vezes se faz necessária uma faxina ou uma certa organização

Porão,
Lugar de tristeza,
Lugar de escuridão? Não.
Acenda as luzes desse porão
Ali tem tesouros valiosos, guardados para momentos de precisão

Retire todos os quadros desse porão e pendure todos eles ao alcance das suas vistas nas paredes do seu coração

O livre motociclista

O vento no rosto
O horizonte na pista
É o que atrai o livre motociclista

Superando distâncias no seu cavalo de aço
Libertando a sua alma no tempo e no espaço

Motociclista que é motociclista não deixa o outro na mão
Porque o sangue faz o parente mas a lealdade faz o irmão

Em um portal feito um arco-íris todos encontraram seu destino
Às vezes arrebatado em um momento repentino

Quando ouço uma gaita me lembro emocionado
Parece que aquele amigo motociclista que pariu está bem aqui do meu lado.

Imagem: Bruno O.
Leitura em áudio: Luciano Milano (Alagoas)

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Escrito por Expresso Periférico

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