Poema escrito por Jozimel A vida me fez assim instável,Como o tempo em São Paulo,Uma ansiosa convicta,Sem paciência para me ajustara tempos confusos…Eu nem sei qual é meu fuso!?Mas desconfio sempre estarumas quatro horas à frentede toda gente, de todo lugar!Silêncio e calma,é pedir demais pra minha alma!Minha reza é em voz alta,e minha yoga é no bar.Aí volto pra vidaUm pouco viúva,velando a outra que fui,Um pouco vadia,valsando sozinha,rindo na cara do perigo,Enchendo a cara de comprimidoEsperando seu julgamentocom seus planos de futuro,Casamento, filhoSe sou bem sucedida,Se já encontreio amor da minha vida?Gargalho e grito:Pra quê?Vou me casarse já estou presa,Na merda da CLT?!Eu fico putasem eira e nem beiracom uma baita vontadede fazer besteira,Mas estou medicada,Sim, uma louca,Uma terrorista,uma arma química,Me sentindo perdida,Sozinha,Só mais uma doidavarrida.na sarjeta,na calçada,Me querem santa,E eu quase sagrada,querendo folia, querendo farra,sentindo a lâmina afiadada rotina,Que todos os diasrasga um pedacinhodo que já foi alma,do que já foi vida. Imagem: Bruno O. Leitura: Evinha Eugênia Compartilhe: Navegação de artigos Charge Mãos sujas