Imaginemos que os espanhóis, português, europeus… não tivessem invadido a América Latina. Que os povos originários (guaranis, xavantes, astecas, incas, aimaras….) continuassem donos deste continente. Eles consideram o planeta Terra a Pachamama, a mãe de todos. Tratam-na com carinho e a cuidam. Quantos anos o planeta Terra poderia viver em harmonia com esses cuidadores, cuidando-se mutuamente?

Imaginemos também que a Revolução Industrial com seu poder depredador não tivesse acontecido. Será que estaríamos vivendo este colapso ambiental?

Porém, o vírus da colonização invadiu este jardim com uma espada na mão e a cruz na outra: a espada-morte e cruz-morte.  Foi o pé no acelerador para antecipar o fim.

Começaram os descobrimentos. A Terra não era o centro do universo. Ela era um pequeno planeta que girava ao redor do sol. As artes floresceram. Chegou-se a pensar que a razão e a ciência explicavam tudo. O homem passou a ser o centro do universo entre os séculos XIV e XVII.

O século XVIII com a Revolução Industrial e os inventos que trouxe: locomotiva a vapor, eletricidade, aço, motor a explosão, petróleo, tear mecânico, dentre outros, acelerou a devastação do Planeta Terra.

No século XX-XXI, com o aumento demográfico, a velocidade da internet e a inteligência artificial o homem virou um depredador compulsivo de nosso planeta.

Passamos do caminho de barro para o asfalto, para o trem bala, para o avião, para o telefone, para a internet e para tantas outras invenções que tanto aceleraram nosso viver.

Somos viajantes neste planeta Terra que sempre soubemos que ia acabar, mas pensávamos que seria daqui a milhões de anos. Estamos no caminho errado, a nossa velocidade aumenta assustadoramente para um futuro cheio de dúvidas, receios e crises. Não parece haver retorno.

Passageiros com destino marcado e sem poder deixar a nave, vamos para o fim da viagem sem saber se será no ponto final desejado ou o que nos espera. Existe a possibilidade de sabotagem no meio do caminho provocado pelo próprio piloto e seu copiloto automático (o ser humano).

Um pequeno grupo de privilegiados, os bilionários, já se preparam para abandonar a nave e fugir dos tempos quentes e difíceis que nos esperam. Abastados que são, não tem só uma alternativa em vista. Fantasiam a vida em outros planetas e mandam seus foguetes para explorar esses lugares. Ao mesmo tempo que constroem bunker em ilhas paradisíacas e contratam sistemas de segurança para os proteger da massa de desesperados. E nós, como faremos, seguiremos fingindo que nada acontece?

Imagem: Pixabay

Compartilhe:

Escrito por Vicente Ruiz

Deixe um comentário