As enchentes do Rio Grande do Sul não são castigos de Deus, senão, consequência da omissão dos homens.

Brumadinho. Uma tragédia anunciada.
Mariana. Uma tragédia anunciada.
Rio Grande do Sul. Uma tragédia anunciada.

Se todas essas tragédias eram previsíveis e sabíamos que iam acontecer, por que não as evitamos?

Todas as catástrofes são provocadas pelo ser humano:

  • Pela sede de lucro, quando se usam materiais de baixa qualidade e mais baratos e os prédios caem e as barragens rebentam;
  • Pela impermeabilização do solo nas grandes cidades;
  • Pelo desmatamento de grandes extensões para plantar soja, que provoca a correnteza das águas e deslizamentos de terra que vão parar no leito dos rios, diminuindo sua profundidade, desbordando rapidamente.      

O negacionismo da ciência, que muitos prefeitos e governadores pregam, os leva a não tomar providências preventivas e necessárias que evitariam muitas tragédias e mortes. A ciência nos mostra que o aquecimento global é provocado pelo homem e, se não o paramos as mudanças climáticas, caminharemos para o holocausto da espécie humana e de toda forma de vida que conhecemos.  

A defesa e a aplicação do Estado Mínimo contribuem para estar despreparados na hora de enfrentar essas catástrofes.

É revoltante escutar o prefeito de Porto Alegre Sebastião Melo afirmar que o culpado das enchentes é o povo, pessoas que constroem casas onde não devem. Isso é fugir da própria responsabilidade.

Mais absurdo é algumas pessoas afirmarem que essas tragédias são castigo de Deus.

Querer aplicar o teto de gastos em uma situação de calamidade pública, como a que está vivendo o Rio Grande do Sul, é de uma insensibilidade e de uma crueldade monstruosa.

Defenderíamos não gastar para não nos endividar se nossa família tivesse perdido tudo, ou tivesse morrido?

Batemos palmas para o prefeito que começa sua administração enxugando a máquina.

 A administração do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo, gastou por ano na prevenção: de enchentes:

2021 R$1,7 milhão
2022 R$141 mil
2023 R$0

Reduziu o quadro de servidores da DMAE (Departamento Municipal de Água e Esgoto) em 47,6 %. Enquanto o gasto em 2023 foi zero, o balanço do DMAE informa que o resultado patrimonial teve um superávit de 31,1 milhões.

Se esse dinheiro parado no banco para enriquecer banqueiros tivesse salvado uma só vida, já teria valido a pena ter gastado.

Sabe por que morreram, até hoje (30-05), 169 pessoas pobres nesta catástrofe?   Porque, como canta Elza Soares, a carne mais barata do mercado, para esses políticos negacionistas, é a carne preta (pobre).

Brumadinho: Uma tragédia real.
Mariana: uma tragédia real.
Rio Grande do Sul: Uma tragédia real.

Imagem: Fotos Públicas (Gustavo Mansur/Palácio Piratini)

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