Escolas da região fazem atividades inspiradas na campanha Maio Laranja com o objetivo de conscientizar e combater o abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes. Por Professor Betinho e Ana Paula Rodrigues
Inspiradas no Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual contra crianças e adolescentes (18 de maio) e na campanha Maio Laranja, escolas da DRE Santo Amaro realizaram atividades no mês de maio que culminaram em ações de rua como passeatas e saraus.
A luta já tem história em algumas escolas da região, pois, em 2014, foi organizada uma primeira passeata sobre o tema nas imediações da EMEF Almirante Sylvio Heck. Já em 2022, a professora Ana Paula Rodrigues, POSL do Sylvio, em parceria com o Professor Raul Oliveira, organizaram e articularam ações como: leituras, produção de cartazes, organização de uma página no Instagram @maio.laranja.heck. Além disso, estudantes, professores e famílias usaram fitas laranjas no pulso durante todo o mês e entraram em contato com músicas, palestras ministradas pelo SPVV (Serviço de Proteção Social à Criança e Adolescente Vítimas de Violência), vídeos e poesias na Sala de Leitura que culminaram no primeiro ato/ sarau na Praça do Acuri.
Em 2023, essa luta ganhou mais força e engajamento com a chegada da POSL Adriana Bimbati, da EMEF Des. Manoel Carlos de Figueiredo Ferraz. As ações foram compartilhadas e foi possível realizar um grande intercâmbio para fortalecer a prevenção e proteção das crianças e adolescentes nas ruas dentro do território e que culminou no lindo sarau no qual os e as estudantes recitaram poemas autorais com a temática do Maio Laranja.
Desde então, “vimos o movimento crescer, professores e ex-alunos estão reivindicando ações parecidas em outras EMEFS”, afirma Ana Paula, tanto que a EMEF Prestes Maia, coordenada pela professora Poliana Menezes, fez seu primeiro ato no dia 21 de maio. “Afinal, para nós, todo dia é 18 de maio”, afirma ainda.
No Sylvio Heck, para o Maio Laranja de 2024, foram planejadas mais ações compartilhadas e mais professores se envolveram, articulando atividades diversas para todos os estudantes da escola com o objetivo de incluir também os alunos do Ensino Fundamental I.
E, finalmente, na sexta-feira, dia 17/05/24, com a organização e coordenação das Salas de Leitura das escolas, houve a 3°edição da caminhada/sarau da EMEF Sylvio Heck, a 2ª edição com a EMEF Figueiredo Ferraz e ainda a participação de alguns estudantes da EMEF Mário Schenberg e CCAs da região, mas agora com a parceria dos professores de Artes, História e Pedagogos. O Sarau Araceli (nome dado pelos próprios alunos e alunas) envolveu as escolas Sylvio Heck e Figueiredo, com a participação de estudantes, ex-estudantes, professores, gestores, supervisores e membros da comunidade, que entoaram palavras de ordem, mostraram toda a potência da escola pública comprometida com uma educação para o protagonismo estudantil e cidadania plena. O Sarau? Uma bela apresentação artística da cultura periférica para a paz: poesias autorais e de outros poetas, que celebram vivências, compartilham revoltas, esperanças, o clamor por mais políticas de proteção e informações que protejam nossas crianças e adolescentes.
Ainda no dia 17, no período da tarde, ocorreu a 1° mini caminhada dos pequenos do Sylvio Heck. Toda a escola engajada no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes.
Vale lembrar que, em âmbito nacional, existe desde 17 de maio de 2000 a Lei nº 9.970, que instituiu a campanha Maio Laranja, Lei essa que deve conceber o conjunto de ações e de concepções desenvolvidas no âmbito da campanha nacional de 18 de maio, Dia Nacional de Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e, desde 26 junho do ano de 2023, no município de São Paulo, foi instituída a Lei nº 17.971, que altera a Lei nº 14.485, de 19 de julho de 2007, para inserir no Calendário de Eventos da Cidade de São Paulo o Mês Maio Laranja, tendo por objetivo o enfrentamento à violência sexual contra crianças e adolescentes, com a realização de atividades de enfrentamento, prevenção, orientação e combate ao abuso e exploração sexual.
E por que 18 de maio?
A data foi estabelecida em memória da menina Araceli Cabrera Sánchez Crespo, criança de 8 anos que foi raptada, drogada, estuprada e morta no Espírito Santo, em 1973, sem que o(s) responsável(eis) pelo crime fosse(m) punido(s). Esse crime bárbaro e sem solução serviu de marco para a criação do Dia Nacional de Combate ao Abuso Sexual Contra Crianças.
Proteja nossas crianças e adolescentes! Em caso de abuso, denuncie! DISQUE 100!
Imagem de capa: Poliana Menezes e estudantes da Emef Prestes Maia (Anna Beatriz Rodrigues @holden).