Poesia não explica, mas inspira…
Não tinha poste
E onde haveria de ter poste
Não tinha luz
Não tinha luz
E onde teria que haver luz
Não tinha poste
Mas tinha vida
Vida louca, vida alquebrada
Estendida na calçada
Sem alimento, sem alento
A voz da calçada
Então, se transformou
Na voz do poste
A voz da miséria periférica
Bradou forte no lugar de fala
Do poste
A voz incomodou
A voz comoveu
A voz intimidou
A voz acalentou
No lugar de fala da Rádio Poste
A voz do povo periférico das calçadas
Teve vez, se impôs e teve força
E foi exatamente aí
Que a Rádio Poste
Evidenciou sentido…
O povo da calçada
Demonstrou que a Rádio Poste
É preciso
Mais do que navegar e politicar
A Rádio Poste é preciso!
Imagem: Jorge Marques