Quando todos esperavam chuva
O Sol veio aquecer, iluminar a praça
Quando todos esperavam ventania
Teve brisa e cântico de pássaros
Quando nada se esperava
Tudo aconteceu
Teve poesia na praça
Teve música na praça
Teve empatia na praça
Teve solidariedade na praça
Na praça, o povo falou
O povo cantou
O povo fez Democracia
Na praça o grito sufocado
Pelo alarido do rancor e da intolerância
Venceu, se impôs e se fez maior
Na praça as diferenças se abraçaram
Na praça a igualdade prevaleceu
Na praça o microfone foi a arma
Na praça o amor fraterno
Foi o grito de guerra
Na praça teve feira e caminhada
Tudo junto e misturado
O preço da fruta e o preço da vida
Na praça a vida
Foi o bem mais precioso
A praça, mais do que nunca, foi do povo
O povo ocupou a praça
Pra falar de arte, de educação
O povo, portanto, ocupou a praça
Pra falar de liberdade
Na praça o povo
Deu o seu verdadeiro grito de independência!
Na praça o grito dos excluídos
Ecoou forte e retumbante…
Na Praça do Jardim Miriam
A vida rolou solta, livre e leve
A dignidade da vida
Foi o tema e a evidência
Na praça, a vida prevaleceu
Imagem: Jorge Marques