Rodas de conversa e oficinas que levam ao pensamento crítico e à transformação

Rosangela Rondon Rossi, formada em Letras, com pós-graduação em Políticas Públicas e Direitos Humanos Cidadania Global e Responsabilidade Social, faz um trabalho junto aos movimentos populares, dando Curso de Formação direcionado, em especial, às mulheres. Rosangela sempre foi uma leitora voraz e, com seu avô livreiro, podemos dizer que a literatura está em seu DNA. 

A partir de sua tese de pós-graduação – Literatura como Ferramenta de Promoção dos Direitos Humanos -, Rosangela começa a desenvolver um trabalho junto às mulheres da periferia com o propósito de usar o poder da leitura como ferramenta de obtenção de cultura, informação e conhecimento, levando essas mulheres à compreensão de que todo esse universo de conhecimento literário, não tão somente é acessível como pode ser empregado na luta cotidiana pela conquista e consolidação de direitos, pois o hábito da leitura abre a mente e expande a capacidade de entendimento, tanto do nosso mundo interno como externo. É assim que surge a ideia de organizar encontros presenciais, rodas de conversa e oficinas de formação em espaços de livrarias. 

O trabalho teve início com grupos de mulheres para debater o tema gênero e sexualidade, passando, em seguida, a atividades de leitura de livros relacionados às causas do feminismo. A atividade lúdica acabou por produzir um ambiente propício de interesse e curiosidade pelos livros, o que contribui para o fortalecimento da mente para enfrentar lutas e desafios. 

O grupo começou a se reunir quinzenalmente, dentro de um contexto social de muita misoginia e machismo; no auge dos desmandos cometidos pelo governo Bolsonaro contra as mulheres. Com o surgimento da pandemia, as reuniões presenciais passaram a ser virtuais, pois o grupo estava muito motivado e não queria interromper as atividades. Mesmo ocorrendo de forma virtual, o interesse pelas reuniões continuou aumentando e o resultado disso foi que personalidades do mundo político e literário começaram a participar das Rodas de Conversa: Frei Beto, Leonardo Boff, Gilberto Carvalho, Guilherme Boulos, Luiza Erundina, o educador Tião Rocha, Cristina Serra, Zeca Rosado, Mariana Kotscho, Ricardo Kotscho, Gabriela Rondon, Ministro Sílvio de Almeida, entre outros. 

As reuniões que, a princípio, eram exclusivas às mulheres, começaram a contar com a participação do público masculino e, com o arrefecimento da pandemia, os encontros virtuais passaram a ocorrer uma vez por mês (sempre que possível, a Coletiva organiza, também, encontros presenciais). 

As Rodas de Conversa (virtuais ou presenciais) promovidas por Rosangela Rossi são abertas à coletividade. Quem tiver interesse pode entrar em contato, através do WhatsApp: 11 98408-9460. 

“A literatura não dá respostas prontas ou soluções aos dilemas sociais, mas, ao tocar a sensibilidade das pessoas, promove a aproximação do leitor com distintas experiências e perspectivas, conduze-o para além de sua cultura, seu conhecimento, e pode levá-lo a assumir um papel mais ativo na transformação social”.

Rosangela Rondon Rossi, em “Literatura como Ferramenta de Promoção dos Direitos Humanos”

“(…) nos espaços dos movimentos sociais, nos quais os indivíduos se reúnem para a organização e a mobilização diante das desigualdades objetivando a inclusão social, a literatura pode fornecer apoio para dar mais sentido à vida e à luta e ser um incentivo para transformá-las”.

Rosangela Rondon Rossi, em “Literatura como Ferramenta de Promoção dos Direitos Humanos”

Imagens: Jorge Marques

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Escrito por Expresso Periférico

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